quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Carta Aberta- Carta Resposta


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

carta aberta


se tuas ideias, amigo, estão embaralhadas, saiba: dão-se as cartas para se jogar. Livre-arbítrio é a regra.
Só não julgue a si mesmo, por favor, tenha juízo... Forte é aquele que revela fraquezas! Francamente.
Em meio a ausências, bom saber que você não desertou e que, ao contrário, se rebela contra injustiças. Justo o que é mesmo necessário!
Reaja, amigo, à compressão! E compreenda: dualidade é a própria vida. Lembra a canção que chegar e partir são só dois lados da mesma viagem e o trem que chega é o mesmo trem da partida. A hora do encontro, portanto, é também despedida. Em dois tempos.
Aliás, em três tempos! Em três tempos, o tempo todo estamos. Passado, presente e futuro. Tudo Agora! Não Descartes este momento. Viva! Sem plano (sobretudo cartesiano).
É o que dizem as cartas quando abertas. Não se feche!
São palavras que encerram o meu afeto.
P.S.: Obrigado meu amigo Márcio Nicolau.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

...

Me julgo ser forte,
Pronto!
Sempre à luta.
Me incomodo diante das injustiças...
Mas em meio a tantas maldades e ausências que tenho vivido e partilhado,
Me vejo como um menino.
Um menino que se deprime diante das maldades,
Das mentiras,
E da opressão.
Ando exercendo algumas dualidades da vida...
A maldade e a benevolência,
O amor e o ódio,
Ah, o amor!
Amor que me mantém mais humano.
"[...] o amor não é menos intenso se é construído".
Choro,
Berro,
Grito!
E que nada venha me parar de chorar...
Choro porque sinto,
Sinto porque me incomodo,
Me incomodo porque a navalha corta a carne...
Estou vivo!



Estado de Libido

Tenho andado com a libido a flor da pele.
Sinto o cheiro de sexo em vapores entrar nas minhas narinas,
Sinto-me como uma cadela ao cio a exalar seu odor hipnotizante.
Algo em mim está pulsando diferente.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Bilhete

Como foi bom reencontrar-te,
Estar contigo,
Dormir contigo...expressar em palavras o quanto és especial.

Sair do meu mundo cartesiano.
Dizer que te adoro,
Te quero,
E te amo me torna mais humano.

Chamo isto que sinto de amor,
Na verdade não consigo conceituar bem,
Só sinto mesmo!
Mas o que sinto se assemelha muito com o que chamam de amor.

Talvez nos encontraremos daqui a pouco,
Daqui alguns dias,
Anos,
Ou não nos encontremos mais.

Contudo, sinto que sempre estarás em mim,
Guardo comigo cada sorriso,
Toque,
Cheiro,
Fala,
Gozo...
Guardo cada momento!

Obrigado por me deixar mais humano.

Primavera de 2011, Niterói-RJ

terça-feira, 18 de outubro de 2011

(Re) encontro entre três tempos


Mais uma vez eu estava ali diante de ti. Seu sorriso estampado como a primeira vez. Uma mistura de nervosismo, alegria, saudade e tesão. Mal acreditava, mas era você e eu mais uma vez.

Por hora pensei que estávamos no tempo de Chrónos, o tempo que permite muita coisa, mas logo vi que não. Chrónos é o tempo do igual, dos momentos iguais e seqüenciais. A soma do passado, presente e futuro. Estando este presente limitado entre o que já foi, o que não é mais e o que ainda foi. Impossível os momentos contigo serem iguais, o presente ser limitado, seu beijo não era o mesmo, teu toque não era o mesmo, você e eu não éramos mais os mesmos. Com certeza não era o tempo de Chrónos, estávamos em outra temporalidade, uma temporalidade rizomática entre o passado e o presente apenas, o futuro já se fazia presente.

Bom, pensei comigo, se não é o tempo de Chrónos deve ser o tempo de Kairós, o tempo da oportunidade, da gratuidade e da qualidade. O tempo que ultrapassa o pêndulo do relógio. A vida havia me presenteado uma oportunidade de lhe re(encontrar), era Kairós, logo percebi ao tocar tua pele, ao escutar as notas do jazz contigo, ao olhar no fundo dos teus olhos. Estava claro, era o tempo de Kairós!

Não! Não era o tempo de Kairós! Ao estar em teus braços, entre gemidos, sussurros, declarações, lambuzados em espermas, entre um gozo e outro. Ao virar para o lado e ver você dormindo ao meu lado desejei que você o tempo de Aión, o tempo da eternidade, a temporalidade não numerável, o tempo intenso a vida humana. Como eu queria que tudo se eternizasse, que aquela noite não acabasse, que estivesses assim, pertinho, sempre comigo!


quarta-feira, 4 de maio de 2011

Conversas Rizomáticas.


Eu: Ah, esqueci de lhe contar uma novidade
A Pessoa: diga
Eu: Estou namorando
rsrsr
Me laçaram
A Pessoa: hahaha
te laçaram?
quem é o felizardo?
Eu: Então, um carinha aí
A Pessoa: nao é o neonazista gay não né?
rsrs
não quer me falar o nome só pra eu não pesquisar rssrsrsr
Eu: não, não
o nome é ########
Engraçado que todos me falam, até que enfim
A Pessoa: rsrrsrs
ah q bom, meu fofo
Eu: Ele pediu
resolvi tentar né
A Pessoa: tenta sim
mas pena q pelo visto não vai sobrar nada pra mim qdo for aí ne :(
rsrss
Eu: Pois então,
Para mim super tranquilo, sei bem o que sinto por ti, e não tenho problemas com estas questões de fidelidade, acho uma caretice
Mas ele não pensa assim
A Pessoa: a maioria nao pensa
Eu:Acho que viveria tão bem, tendo ele como namorado e você como meu romance
rsrsr
A Pessoa:rsrs
q lindo q seria
imagine então se eu fizer mestrado aí
hahaha
é melhor eu ficar por aqui, pelo rio mesmo
rsrsr
menos perigoso
Eu: Nada,
Mas guardarei você sempre!
A Pessoa: to lembrando da gente no bar de manhumirim, boas noites aquelas
Eu: É verdade. São nessas horas que a gente ver que são estes momentos que ficam
A Pessoa:sim :)
Eu:Faria tudo novamente por ti
A Pessoa:então faça por mim em salvador
rs
Eu:Ai Rafa, porque as coisas tem que ser assim né?
A Pessoa:pq tantas coisas tem q ser de um jeito e não de outro
olha o q postei aí
rs
meu lindo, vou sair
bjussss

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Desabafo Solitário





Sempre procurei ser o melhor. Aprendi que para vencer o preconceito precisava me destacar mais que os héteros. Daí o aluno mais aplicado, o vizinho mais atencioso e prestativo, o filho que sempre pode-se contar, o grande irmão.

Vaidade a parte, percebi que vencia o deslizes da minha orientação sexual pela dedicação aos estudos e ao profissionalismo que sempre me ensinaram a prezar. Ainda não me declarei homossexual para minha mãe, mas ela sabe! seu carinho, seu cuidado especial, seu olhar e seu toque me mostra que ela sabe. Ás vezes ensaio e chego para ir contar, mas percebo que já contei há muito tempo por outras maneiras. Mas fica a interrogação, mania esta de querer colocar em palavras tudo.

Hoje, inserido nesta sociedade heteronormativa percebo sua preocupação excessiva comigo, para que eu me dedicasse sempre com muito esforço a tudo que eu fosse fazer, um tratamento diferenciado dos meus dois irmãos e minha irmã. Como uma preparação para que eu enfrentasse e minimizasse meu sofrimento diante do preconceito.

Esta semana sofri, tive medo! Medo de descobrir que não sou o melhor. E não sou mesmo! Tive medo de não atender as expectativas e os sonhos depositados em mim. Me vi diante da solidão, me vi só, como nunca havia sentido. Mesmo diante de tantas pessoas estava só. Chorei, gritei!

Desejei ter tantas pessoas queridas por perto e a cada rosto lembrado a saudade rasgava-me o peito como uma navalha. Hoje que parece tudo ter passado, ainda continuo com medo. Me dei conta do que fizeram de mim, me dei conta do escravo que sou em alimentar este estereótipo “clean e cult” que a sociedade heteronormativa cobra para que sejamos aceitos como homossexuais.



quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

“[...] É só um querer bem, digamos que um romance!”.

Você diz que somos complicados, que não somos para casar. E que por isto nos entendemos!



Por um momento ousei a acreditar, ou me fiz acreditar que conseguiria deslocar o sexo do sentimento. Bobagem! Não consigo nada!



Por que você acha que fui atrás de você? Por que você acha que depois de um ano e quatro meses resolvi lhe reencontrar? Acreditas mesmo que era apenas sexo?



Não tenho medo e vergonha de assumir que estava envolvido por ti. Não tenho porque ter! Na verdade sou envolvido por ti e lhe digo o que respondo aos outros quando me perguntam o que temos. “[...] tenho um grande querer bem, gosto muito!, mas não é um namoro! Digamos que um romance”.



Fiquei feliz quando voltava do nosso reencontro ter recebido tua mensagem onde me dizia: “Obrigado por tornar esse fim e início de ano tão inesquecíveis, te adoro!”. A recíproca foi verdadeira, fui muito feliz estes dias contigo.



Lembrei destes nossos dias ao som de Jorge Vercilo, em sua música “Avesso”. Parecia que tudo naquela cidade tão provinciana era avesso a nós. O ar que respirávamos parecia ter dificuldade em penetrar em nossas vias, os olhares das pessoas pareciam nos condenar. ”[...] o desejo a nos punir, só porque somos iguais. A idade média” era ali. Parecia que estávamos na idade média.



Mas subvertemos mais uma vez! Não tanto como há um ano e quatro meses atrás, mas subvertemos. Ficaram as saudades de mais estes momentos vividos, fotografias, risos, abraços, beijos e o desejo do reencontro! E é claro, o querer bem...

Será amor inventado?

Estava tudo muito estranho. Rompantes de alegrias e ondas de tristezas. Assim começaram meus dias em 2011. Parece que meu corpo e minha alma estava sentindo o que estava para acontecer.



Derrepente recebo uma ligação, é você. Não acreditei, mas era você. Você que tanto eu queria esquecer e que havia decidido não entrar em contato. E bastou seu telefonema para que um turbilhão de emoções viesse a tona.



Droga! Lhe perguntei porque você me telefonou! Havia decidido que tentaria lhe esquecer. “Palavras apenas, palavras pequenas”.



Mais uma vez nos desentedemos! Você disse que não estava com raiva e me mandou buscar um “ [...]novo amor, a pessoa certa”.



Novo amor, pessoa certa! Engraçado que sempre penso que você é a pessoa certa! Só não entendo como ainda você mexe comigo. Não eras para significar muita coisa para mim. Afinal, mesmo namorando um bom tempo, tivemos pouco momentos juntos. Somos tão diferentes!



Não sei se é amor, prefiro acreditar que não, parece um amor a la Kid Abelha, um típico “amor inventado”. Um amor bobo! Inventado por um bobo. Assim que me sinto, um bobo fantasiando e inventando um amor que não sei se existe ou já existiu.



Mas tens uma parcela de fantasia neste nosso amor inventado. Gosto de ouvir quando você me diz “eu te amo! E estou estudando e trabalhando para o nosso futuro”. Quero acreditar em tuas palavras, mas vejo que o tempo está passando, e estamos vivendo longe um do outro.