terça-feira, 31 de outubro de 2017

Sobre terremotos no México

Para os Mexicas o terremoto foi/se deu por conta da grande Serpente que caminhou debaixo da Terra. Neste sentido, o que poderia ser feito era cantar para a Serpente e pedir perdão à Terra, pois ambas, a Serpente e a Terra só poderão se acalmar com cânticos e oferendas. Desta forma, encontrei numa praça de Coyoacán cerâmicas com sementes no chão, parte de um ritual Mexica da noite anterior, onde este povo cantava pedindo perdão à terra.

Durante a minha estadia, os mexicanos com quem conversei mostravam uma ligação do terremoto com o desrespeito para com a Terra. Os radialistas falavam da necessidade de entender as dinâmicas da Terra, construindo uma relação de respeito.

O México com sua capital imensa, a Cidade do México, parece não ter fim, e a população parece não ter mais lugar em meio a tanta gente e tanto carro. Ainda em minha chegada, nunca tinha presenciado uma vista tão linda e iluminada. Dizia à Dafne, minha amiga anfitriã, que pareciam arames enrolados e iluminados que circundavam toda a cidade. Depois de conhecer a relação dos Mexicas com a Serpente, fiquei a pensar que estes arames eram a grande Serpente que me recebia iluminada na Cidade do México.

Foto: Uma das Serpentes dos Mexicas, exposta no Museu Nacional Mexicano de Antropologia.


domingo, 9 de outubro de 2016

Não me ame mais

Não me ame mais se meu cheiro já não te desperta,
Não me ame se meus lábios não ensaiam mais teus beijos.
Não me ame se meu sorriso não é mais aquele que te convida à futilidade.

Não me ame se minha pele não acelera mais seus batimentos,
Se meu olhar não te diz mais nada.

Não me ame mais por compaixão,
Não me ame mais por compromisso,
E se no fundo ainda sobrar um tiquinho de bem querer,
Guarde isso contigo.



segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Tempo

Tempo,
Sabedoria que está no porvir. 

Tempo

Perda de tempo pedir para que ele volte, 
Ele perdura nas lembranças mais indesejadas.
E o que adianta pedir para ele voltar?
As reflexões de hoje só são possíveis pelo caminho já trilhado.
Tempo, tempo, tempo.
Sabedoria que está sempre no porvir.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Analisar-se

Tenho parado para me analisar,
Toda análise é um remexer de lama podre.
Algumas tão fétidas que me pergunto porque revirá-las.
O ato de analisar ou se colocar em análise é um caminho para os corajosos.
A lama esconde coisas jamais imaginadas,
Estavam ali,  mas nem nos damos conta que tudo isso faz parte da gente.
É um dar conta do que nos falaram, do que nos colocaram,  do que nos sujeitamos sem muito titubear.
Aliás,  a sujeição certamente foi necessária, impossível não ser capturado por ela.
Engraçado essa vinculação da análise coma a lama.
Não me perguntem porque fiz essa vinculação,
Certamente foi feita a partir dos meus fios de memória.
A lama sempre esteve me circulando, não é de se estranhar essa minha paixão pelo mangue,
Pelo portal do mar,
Minha admiração pelo arquétipo da minha Velha.
Salubá,  Nanã! 

domingo, 4 de outubro de 2015

Subjetivar-se

Olho para trás, já tenho pouco de mim.
Há muitos caminhos, sem a beleza do caminhar.
Dores e desilusões são como tiros à queima roupa.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A vida

A vida é um caleidoscópio de possibilidades,
Permeada de várias escolhas.

Escolho,
Me lanço,
Mergulho,
E sigo.

Experiencio,
Chego até retroceder,
Mas uma coisa eu não faço,
Me estagnar.

Trago comigo a seiva do mandacarú,
A esperança do retirante,
E o lumiar do Sertão.