quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Vilarejo


“Há um vilarejo alí onde areja o vento” (Arnaldo Atunes)

Há um vilarejo ali escondido em minhas mil lembranças,
De sorriso escancarado e de olhar profundo,
Com meu pedido de bênção.
Café fresco e biscoito na varanda,
Meninos e meninas no corre-corre e trepa-trepa das árvores,
Um toque, uma flor...uma Maria sem vergonha,
Seriguela, mandioca frita, galinha caipira,
Cavalos trotando, cachorros e gatos por aqui e acolá.
A lenha no fogão estourando,
O sebo fritando e logo o sabão pronto.
O céu noturno ainda vivo,
Com milhares de estrelas e planetas a piscar.
Uma vaca estrela branca,
Com leite fresco na manhã seguinte...
É o vilarejo da minha infância,
Repartida nas fases piagetianas,
Que ainda me permite sonhar e criançar.

Um comentário:

Marcio Nicolau disse...

há ainda um vilarejo porque há um menino ainda em suas andanças.

Bom este passeio aqui. Das luzes do Vidigal ao céu noturno ainda vivo da tua infância.