segunda-feira, 5 de maio de 2014

O dia em que a Maré marejou

Hoje a Maré marejou,
Marejou nos olhos do menino da Vila do João,
Que subiu e desceu pelas bandas das Minas,
Construindo sonhos no alto de um morro dedicado à Santa Terezinha.
Mas o menino sabia que iria voltar,
Era preciso voltar e se construir ainda mais.
E desta vez sem santidade.
Quisera fosse Nossa Senhora da Concepção,
A virgem abençoada a carregar o Messias.
Não, não era a santa que lhe acompanhava.
Mas foi uma Conceição que cruzara seu caminho.
Conceição que se tornara Conceições.
Em suas dezenas de vidas,
E fardos diários.
E o menino se tornou um homem.
Um homem com muitos sonhos,
Com uma boniteza de quem é das águas.
De quem mareja com Oxum,
E guerreia com Oxossi.
O caminho ainda segue...
Com o menino que habita o homem,
Com seus santos,
Orixás,
Loucos,
E poetas.

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